terça-feira, 29 de setembro de 2015

A frase perfeita

Mariana Félix


A frase mais linda que pode ser ouvida de uma pessoa, pelo menos na minha opinião é “eu te amo”.
Hoje em dia ouvir essas três palavras não é difícil, se tornou uma coisa tão comum, tão clichê. As pessoas falam isso como se fosse “estou com fome”. Não percebem o quanto essas três palavrinhas monossilábicas fazem um estrago na cabeça e no coração das pessoas.
Afinal, o que é o amor?
Não é muito fácil definir o conceito. Amor não é pra ser visto, é pra ser sentido. Uma coisa abstrata. Amor tem varias formas. Não sou eu quem vai demonstrar a você quais são elas. No dia e na hora certa você vai descobrir o que é esse mistério.
Posso dizer com todas as letras que já fui amada por alguém. Um amor que era e ainda é recíproco. Que se passam anos e ele não morre.
Um certa vez, estava desacreditada que um dia poderia amar e ser amada por alguém de verdade. Tinha acabado de sair do meu primeiro relacionamento de verdade, com um menino chamado Henrique, quando conheci a pessoa mais linda que já vi na vida. O nome dela é Fernanda. Tudo começou porque treinávamos pra seleção de handebol da cidade em que eu morava, ate que eu descobri que ela ficava com meninas. Enquanto conversávamos sobre isso, ela me perguntou se eu ficaria com uma, confesso que me surpreendi com a pergunta dela, afinal ninguém tinha me feito uma pergunta tão direta dessas. Após alguns segundos, com aquela frase passando varias vezes na minha mente, eu respondi “sim”.
Ela então me chamou pra ir na casa de uma amiga nossa, eu aceitei. Quando chegamos lá, ela me chamou na cozinha, e então aconteceu. Beijei uma garota. Na hora foi uma sensação tão boa, tão linda, eu me sentia segura nos braços dela...
Logo depois veio a consciência pesada “isso é errado, meu deus!”, “O que a minha mãe vai pensar sobre isso?”, “Eu não posso fazer isso.”.
Fui pra casa, e passei o resto do dia pensando na minha mais nova experiência.
Mas afinal, foi errado ou não?
Bom, no momento eu não pensei nisso nem por um minuto, mas depois eu me culpei por ter feito isso, me senti uma pessoa horrível, me afastei dela, das nossas amigas em comum, ate deixei de ir pro treino.
Ate que recebi uma mensagem dela “Eu te amo”, simples assim. Talvez eu tivesse me afastado por ter gostado. Eu estava assustada, tinha uma concepção de que eu seria punida futuramente por aquilo.
Errado.
Isso foi com certeza, uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida.
Reaproximei-me dela, e ao vê-la, percebi que tinha uma coisa dentro de mim que dava pulinhos de alegria quando a via. Era o meu coração. A partir daí, criei um vinculo de alma com ela, um amor tão puro, tão lindo.
Um dia ela me disse “Quer que eu faça você esquecer o Henrique?”. Eu fiz que sim com a cabeça, sem acreditar que ela conseguiria.
Sabe o que aconteceu? Depois de um determinado tempo, vi que minha vida agora estaria preenchida por outra pessoa: ela.
De todos os “eu te amo” que eu ouvi, sei que todos os que partiram da boca dela eram verdadeiros.
Posso falar agora que eu sei o que é o amor, sei quando esse sentimento é verdadeiro, e quando é apenas fechada.
Hoje em dia quase não nos falamos. O amor não acabou, é pra sempre. Esse, eu sei, realmente que nunca haverá um ponto final, sempre haverão reticencias como continuação da historia...




sábado, 26 de setembro de 2015

A vida mais colorida

Mariana Félix

"Para tudo que eu não entendi!".
Foi o que a Bia me disse, assim que eu contei a novidade pra ela. Bom, agora você pergunta qual é a novidade.
Eu estou namorando. Aquela coisa que duas pessoas fazem e tal. Sair os dois juntos, ir pro cinema, andar de mãos dadas, falar coisas fofas um pro outro, ficar ate altas horas conversando, dar presentinho, entre outras coisas que todo casal de namorados faz.
O espanto dela, eu entendo. Eu nunca fui disso, meu lema sempre foi "não preciso namorar ninguém pra me sentir feliz. Posso ser feliz comigo mesma." O que eu não esperava, era que aparecesse uma pessoa tão linda, tão fofa, atenciosa, e carinhosa como você pra desfazer esse pensamento que eu tinha pra mim.
Eu confesso, você me mudou por completo, por dentro e por fora. Me fez ver que precisamos de alguém conosco sim. Alguém que não seja papai e mamãe pra nos dizer o quanto estamos bonitas, cheirosas. Alguém pra nos fazer rir de coisas absurdamente sem graça. Alguém pra chamar de MEU.
E você apareceu na minha vida, no momento mais triste pra mim. Eu estava fragilizada depois da perda do meu pai. Você era apenas um amigo, que eu nunca tinha visto como mais do que isso. Passou horas secando minhas lágrimas, ouvindo meus choros, minhas crises de nervoso, minhas reclamações sem motivo. E do nada,  você me abraça, me envolve entre seus braços, fazendo com que eu me sinta  completa. Por fora, e por dentro. De repente aquele vazio que por um tempo tomou conta de mim, não se encontrava mais la. Você trouxe paz pra minha vida.
Se o mundo acabasse naquele exato momento, eu morreria muito feliz. Em primeiro lugar por você estar comigo, em segundo porque ficaria junto do meu pai.
Não sei como as pessoas sobrevivem sem esse sentimento tão belo, sem amigos, sem alguém que te de um abraço quando você precisar.
O amor é essencial na vida de cada pessoa existente no mundo. Somos tão pequenos quando comparados ao universo. Eu sou uma, entre 7 bilhões de pessoas no mundo. Posso dizer que amo e sou amada. E você?

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Ta faltando você pra ficar perfeito

Mariana Félix

Me vi no espelho, com um vestido azul royal, sapatos com um tom de dourado, com um penteado que era mais ou menos assim: a metade do meu cabelo estava puxada para o lado direito, com algumas pedrinhas enfeitando, minha franja escorrendo pelo meu rosto, com as pontas enroladas. Minha maquiagem estava linda. Eu estava deslumbrante. Fiquei admirando a mim mesma, nunca tinha me enxergado assim.
A única coisa que eu mais queria naquele momento, era que, a pessoa, que era pra ser uma das mais importante da minha vida, me visse daquele jeito, com aquela roupa, com aquela maquiagem, aquele penteado de cabelo que realçava tudo em mim. Filipe. Meu ex-namorado.
Cheguei na festa de formatura do colégio, encontrei algumas pessoas conhecidas, mas nada dele. Eu tinha (muita) certeza de que ele não apareceria ali, mesmo sendo convidado.
Passei o olho rapidamente pelo local, em vão. "Ele não vai aparecer Karina, entenda isso", pensei.
Parei de me preocupar um pouco com isso, afinal não iria mudar muita coisa na minha vida. Que grande mentira.
Fui pra pista de dança me divertir com meus amigos, afinal aquele seria o ultimo dia que veria boa parte deles. Depois de alguns minutos de dança, resolvi parar pra descansar, estava muito suada, não queria destruir minha maquiagem e o meu cabelo logo, na esperança de que alguém chegasse.
Sentei-me na mesa em que estavam meus parentes, tomei alguns goles de suco, e vi o telão móvel descer, tocando a musica "Hey Irmão - Projota".
Começou a passar algumas fotos da minha turma de formandos, e o slide acabou com uma da turma escrito na imagem "fim".
Me levantei da mesa, fui ao banheiro me olhar, ver se estava tudo direitinho comigo. Ainda dentro do banheiro comecei a ouvir a musica que começou a tocar "A Thousand Years - Christina Perry".
Sai do banheiro, e percebi que todos estavam com os olhos virados em minha direção. Passei o olho pra ver se tinha algo errado. Não tinha. Logo senti minhas bochechas corarem, de tão envergonhada que eu estava.
Olhei ao redor, e parei os olhos no telão. Tomei um susto ao ver a imagem que estava passando. Era uma foto minha com o FILIPE. Isso mesmo!!! Tive que sentar. Senti minhas pernas tremulas. "aí meu deus", - pensei - "que diabos é isso?"
De repente ele aparece  em cima do palco, com vários tipos de flores coloridas na mão, e chamando pelo meu nome.
Fiquei no mesmo lugar, parada, incrédula pelo que estava acontecendo. Era coisa da minha cabeça, não poderia ser real!
As pessoas começaram a me gritar, dizendo "Vai Karina! Sobe logo!"
Assim eu fiz.
Subi no palco, ele ficou me encarando, parecendo reparar em cada detalhe do meu rosto.
Estendeu o braço me entregando as flores. Eu só conseguia olhar para a boca dele, que se abriu, e as palavras que saíram foram "eu te amo". Tive uma sensação estranha de tontura, misturada com enjôo. Eu estava tão nervosa, e tão perto do corpo dele, que não conseguia pensar em nada.
Ele me envolveu nos seus braços, e senti levemente os lábios dele tocarem os meus. Não houve reação da minha parte, a não ser seguir os mesmos passos dele. Retribui o beijo doce, delicado e calmo que ele tinha. Tudo parecia um sonho impossível de acontecer de verdade. Ele alí comigo, naquele momento... Fechei os olhos e me deixei envolver pela música.
O despertador tocou.
Abri os olhos.
Eu sabia.
Não parecia um sonho.
ERA um sonho

sábado, 19 de setembro de 2015

Depois da chuva

Mariana Félix

Acordei bem cedinho, as 06:32 da manhã, tão disposta pra ir ao clube com as minhas amigas, e de repente, quando eu abro a cortina, olho pela janela, aquela chuva que mais parece um dilúvio caindo. Triste começo para o meu fim de semana.
Logo quando eu peguei o celular, tinham algumas mensagens das meninas avisando que nao iriam mais porque estava caindo a maior chuva dos tempos. Fiquei desanimada logo de imediato. Eu tinha planejado isso há duas semanas! Que injustiça divina com a minha pessoa. O que me restava era ficar em casa, dormindo, lendo, vendo serie ou filme.
Peguei o meu tablet lilás com flores amarelas super fofo, abri o netflix e fui escolher uma das séries que eu assistia para ver. A escolhida da vez foi How I Met Your Mother, um seriado de comédia americana. Super indico.
As horas passaram voando, quando me dei conta ja eram 11:57, quase meio dia, e meu despertador fisiológico logo deu seu ar da graça. Hora de comer.
Peguei meu celular, vi que tinham 31 mensagens da thalita no Whatsapp, e 12 chamadas no FaceTime! QUEM ESTAVA MORRENDO???!
Retornei a ligação correndo, estava nervosa demais pra esperar ela me responder por mensagem. O celular chamou, chamou, chamou, e nada dela atender, ate que na ultimo "tum" ela disse "alô", e eu, sem querer dei um grito nela: "O QUE FOI QUE HOUVEEEEE??!", e ela, na maior calmaria, me respondeu: "não foi nada amiga, calma" e deu uma leve risadinha.
Percebi pelo tom da voz dela que, realmente não era nada demais, apenas me disse que ia me chamar pra passar o dia na casa dela. Falei com minha mãe, e ela liberou. Comecei a me arrumar, e sai na chuva a procura de um taxi. Fiquei alguns minutos na portaria do prédio, esperando alguns taxi fantasma passar, mas nada... Resolvi sair andando na chuva mesmo. Abri o guarda-chuva e segui. O vento estava estava tão forte, que eu, te juro, se fosse mais magra ele me levaria pra bem longe dali. Pra minha sorte, o meu guarda-chuva virou, soltou da minha mão e foi embora. Ótimo, era tudo que eu precisava. A minha rua estava parecendo uma cidade abandonada, não havia ninguém  (porque será?), não havia carros passando, e eu precisava muito de um taxi. Resolvi parar de andar, a chuva ficava cada vez mais forte, e eu ja estava molhada o suficiente, tudo eu não precisava era de um resfriado. Avistei uma marquise e fiquei debaixo dela pra evitar que me molhasse mais, quando, do nada, aparece o cara mais lindo que já vinha visto em toda minha vida! Ele era forte, alto, com mais ou menos 1,80, tinha braços grandes, com o cabelo tipo o do Caio Castro, com um guarda-chuva preto na mão. Ele está vindo em minha direção, o que me fez ficar assustada. Ele poderia ser bonito, eu poderia está apaixonada por ele,  mas eu não o conhecia, o que diabos queria comigo?
Respirei fundo, e o encarei com a maior cara feia, pra ele ver que não podia mexer comigo.
Ele parou em na minha frente, e disse: o que uma moça bonita feito você, está fazendo nesse temporal, no meio da rua?". Eu não respondi, ele tornou a falar comigo: "AH, desculpe minha falta de educação. Me chamo Fred, na verdade Frederico, mas me chame de Fred". Logo que ele terminou de falar, estendeu a mão, para que eu o cumprimentasse, mas ao contrário do que ele pensou, não fiz isso. Ele ficou olhando nos meus olhos, e essa atitude fez com que eu ficasse desconcertada. Não estava me sentindo nem um pouco a vontade, eu não o conhecia, e ele já tinha me chamado de bonita e se apresentado pra mim. Creio que por ter visto a minha cara de "o que um desconhecido ta fazendo na minha frente?", se despediu de mim, e disse: "a gente se vê por aí um dia desses".
Quase pedi pra que ele ficasse, mas, eu não poderia, eu não tinha esse direito, afinal foi eu mesma quem espantou aquele príncipe inimaginável.
A partir dai comecei a acreditar nessa coisa de amor a primeira vista.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Uma coisa chamada amor

Mariana Félix


Toda garota adolescente já passou por uma (dês)ilusão amorosa, posso garantir a você, caro(a) leitor(a).
Quando a gente é criança, sempre ouve varias historias, sem querer, ou querendo. Pois, eu tive a sorte de ter uma irmã que é mais velha do que eu 6 anos, então sempre a ouvia desabafar com as amigas sobre os garotos que ela paquerava na escola, as vezes a via chorar, chegava a soluçar, me dava uma dó... Só não entendia o porque. Sempre soube que esse tal de amor era uma coisa linda, que fazia as pessoas felizes, que ultrapassava qualquer barreira, e que no fim, o amor verdadeiro sempre vencia. Afinal era isso que os contos de fada que eu lia retratavam. Tinham as pessoas más que faziam de tudo pra separar o casal, pra destruir o amor que uma pessoa sentia pela outra, mas o amor de ambos era muito maior. Maior que qualquer feitiço que uma bruxa má jogasse.
Mas na vida real é diferente. Não vai aparecer um príncipe encantado do nada, montado em um cavalo branco pra você. Perdoe-me, mas essa é a pura realidade.
Como eu havia dito, quando crianças, criamos uma imagem sobre amor, que, na realidade não existe.
Um dia, quando eu tinha 10 anos, e a minha irmã Pietra 16, passei na entrada do quarto dela, e a ouvi chorando. Chorando MUITO. Não entendi o porque. Olhei e vi que ela estava com o rosto enterrado na almofada, aí bati na porta. Ela fez um barulho estranho, tipo “hum”, e mexeu a mão, fazendo sinal de negação, como se fosse “não entre aqui, me deixa sozinha”. Eu, que desde pequena sou teimosa, ignorei o gesto dela, e entrei. Ela logo se levantou e sentou na cama, ainda com a almofada no rosto.
– Pia, o que você tem? – ela retirou a almofada do rosto, e secou as lagrimas que escorriam – Ta dodói?
– Estou Tina – respirou fundo, e me olhou nos olhos – nada que você possa ajudar.
Ela estava tão triste, que isso era perceptível pelo seu tom de voz. Eu estava sentindo uma pena da minha irmã, tive uma vontade enorme de abraçá-la, e o fiz.
Ficamos alguns minutos assim, ate que eu não me contive, e perguntei o porque de tanta tristeza.
– Quero saber qual o motivo de você estar assim. – ainda estávamos abraçadas, mas quando disse isso, ela se desvencilhou de mim – Não gosto de te ver triste assim.
– Eu não quero falar sobre isso. Você não vai entender. – Fez uma pausa antes de continuar, e engoliu em seco – Ainda é muito nova. Tem sorte.
Ela parou de falar, com um olhar perdido, parecendo pensar em algo, que a fez voltar a chorar.
Deitou com a cabeça no meu colo, parecendo que a criança ali era ela, não eu.
De repente ela começou a balbuciar algumas palavras como: idiota, canalha, burro, ridículo. Foi aí então que eu entendi. Ela estava se referindo ao Gustavo, o namorado dela.
– Foi ele Tina! Ele me traiu com aquela vaca da Beatriz! Filho da mãe – ela estava com muita raiva – Ele vai me pagar por isso!
Apetei os lábios, sem saber o que dizer, afinal eu não podia falar nada, tinha apenas 10 anos naquela época.
A partir daí, criei uma certa resistência quando o assunto é relacionamento. Coisa que muita gente quer ter, mas que eu corro. Comecei a perceber o quão ridículo era o amor.
Hoje, com 18 anos, posso dizer que já vivi o bastante pra afirmar, com toda certeza isso.



Mulheres

Mariana Félix


É naquela idade entre 13 a 18 anos que a gente começa a sentir essas coisas, que a gente começa a sair, conhecer novas pessoas, novos sentimentos, alguns desejos afloram, e você se descobre. Descobre o medo que faz viver. Descobre o quanto a vida é difícil. Descobre que o ensino médio ta chegando, e que você precisa entrar em uma faculdade. E também, descobre uma paixão...
Toda menina já passou por alguma desilusão amorosa. Isso faz parte da vida. É como se fosse um teste em que todas as adolescentes tem que passar, pra provar o quão são fortes, ou o quão são frágeis. Não há nada na vida que você não supere.
É sempre bom acontecer algumas coisas diferentes na nossa vida, pra mudar, dar aquele tchan, seja boa ou ruim.
A boa você evolui, a ruim também, em partes.
Se você é uma pessoa que têm amigas, mas eu me refiro à amigas de verdade, que você passa o fim de semana todo na casa delas, se você come a comida delas, se você dorme na cama dela, e ela aonde você deveria estar dormindo, minha querida, você tem tudo. Amiga boa é aquela que faz de tudo pra você sorrir, mesmo você estando na pior depressão de todas. É aquela que xinga a atual do seu ex de todos os nomes possíveis, só pra te deixar bem. É aquela que entra em qualquer briga pra te defender. É aquela que briga com você quando está conversando na sala. É aquela que ouve suas queixas todos os dias. É aquela que você sabe que pode contar com ela pra qualquer coisa. É aquela, que mesmo se você estiver distante, ela faz com que isso seja apenas um problema físico. É aquela que diz  ‘’eu te amo” e você percebe a pureza no olhar.  É aquela que te da um abraço daqueles reconfortantes que da vontade de chorar. É aquela que paga o cine quando você diz que ta sem grana... Enfim, amigas são tantas coisas. Se você tem amigas assim, você não precisa mais de nada nessa vida.
Digo, um pouco exageradamente, afinal você precisa de algumas coisinhas a mais.
Vai ter uma hora que você vai necessitar de alguém pra amar, abraçar, beijar, sair, entre outras coisas, e a sua amiga não poder dar conta, não é?
Hoje em dia achar uma pessoa que realmente goste de você ta complicadíssimo! Eu sou uma vitima disso. Ate hoje espero meu tal “príncipe encantado”, mas cheguei a conclusão que nem de carroça ele deve estar vindo, porque ate agora não chegou. As vezes bate aquela vontade de ter alguém pra chamar de namorado, as vezes da vontade de ficar o resto da vida sozinha, as vezes da vontade de ter alguém pra brigar, pra sentir ciúmes, as vezes você só quer sair pra se divertir sem ter que dar satisfação a ninguém.
Não sei se é o ser o humano ou se são as mulheres que são complicadas, mas eu me considero uma pessoa muito indecisa. Às vezes eu quero, às vezes eu não quero. Acaba se tornando uma coisa meio difícil. Tem hora que da vontade de sair quebrando tudo, de gritar com todo mundo. Mas também tem hora que eu sou a pessoa mais carinhosa que esse mundo tem.
Mulher vira bicho? Eu respondo que sim. Sabe essa coisa chamada TPM? Pois. Um dia a gente chora demais, outro a gente grita demais, outro a gente come demais, outro a gente sente dores horrorosas, mas continuamos firmes. Não é a toa que as mulheres são chamadas de sexo frágilEnfim, é isso.

Diário de Sofia I



Evelyn Cunha

01 de Setembro de 2015

Querido diário,


Estou me sentindo uma idiota. Quem com juízo perfeito escreve um diário com 16 anos? Ou melhor, quem com juízo perfeito escreve um diário com 16 anos, estudando no terceiro ano do ensino médio faltando menos de dois meses para o Enem? Pois eu vou te dizer. Eu. Euzinha aqui. Mas calma, antes que você me ache uma louca com a síndrome do Peter Pan, eu tenho uma explicação; digamos que minha vida não é la muito normal, sabe aquelas histórias que você ouve e pergunta "de onde foi mesmo que você tirou isso? De um filme? Um livro? Uma série?" Pois é, acredite, essa é a minha vida, não pelos finais felizes, com certeza não, mas pelas confusões, coisas improváveis de acontecer, pelos dramas, pelo suspense, pelas reviravoltas, mas quase nunca por aqueles perfeitos finais felizes, mas enfim... voltando para o motivo de eu estar escrevendo esse diário, é porque eu preciso de um lugar pra desabafar, organizar minhas ideias, colocar pra fora, por que sinceramente sempre  me expresso melhor escrevendo, então por que não escrever um diário?! não é pra isso que eles servem? colocar pra fora nossas ideias? organizar pensamentos? ler novamente como se não fosse nos que escrevemos e aconselhar a nos mesmo? desabafar tudo o que estiver na cabeça sem censuras, sem pensar duas vezes, sem se preocupar com o que os outros vão pensar? Então que se dane se todo mundo acha isso idiota, eu não acho, na verdade acho sim, mas vou escrever do mesmo jeito, ´provavelmente ninguém vai saber da existência desse diário mesmo, mas pensando bem, depois de refletir todos os benefícios de ter um diário, acho que todos deveriam escrever um, nem que sejam secretos. Por hoje é só, nada de diferente aconteceu hoje para que mereça ser registrado ou lembrado. 


Diário de Sofia II

Evelyn Cunha
05 de setembro de 2015
Querido diário,

Estou ficando com uma garota. Se eu te falar que eu sou hétero sexual você acredita em mim? por favor, acredite, eu preciso de alguém, eu sei que é estranho isso, é mais provável que eu seja bissexual, mas não, não sou bi, sou hétero, talvez não completamente, quer dizer... obvio que não completamente, mas a definição para uma pessoa bissexual é uma pessoa que se sente atraído pelos dois sexos, e definitivamente eu não me sinto atraída por mulheres, não tenho desejo nenhum por elas, não olho com segundas intenções, nada do tipo, e com homens é completamente diferente, acho gatos, gostosos, comento com as amigas, me sinto atraída, olho com segundas, terceiras e até quartas intenções (ta, ok. essa parte é mentira, não olho com todas essas intenções, foi só pra enfatizar), mas ainda assim estou ficando com uma garota, então você deve estar se perguntando "Sofia, mas se você realmente gosta de homens, que diabos você ta fazendo ficando com uma garota", essa é a questão, eu gosto de ficar com ela, sei la... talvez seja como uma amiga minha me disse "sofia, você gosta de almas, não de gêneros", isso super fez sentido pra mim, acho que a vida ja provou inúmeras vezes pra mim que não importa se é alto, baixo, gordo, magro, feio, bonito, por mais que seja aquele gato que chama nossa atenção na balada, o que nos conquistam de verdade, nada tem a ver com a aparência, será que isso na minha vida se aplica a indiferença entre homem e mulher também?! talvez seja isso, ou talvez seja só eu descobrindo com o tempo qual é de fato minha escolha sexual, mas não pode ser, quando eu fecho os olhos e penso no futuro, um futuro amoroso, ou simplesmente sonho acordada (coisa que faço o tempo inteiro por sinal) com alguém, é sempre ele que está lá, um homem, o cara dos meus sonhos que ainda não tem rosto, que não faço ideia de quem é, mas que com certeza não é uma mulher, na verdade não consigo nem me imaginar em um relacionamento sério com uma mulher, sei la... é como se eu não estivesse sendo eu , ai você vai e me pergunta de novo "mas menina, se você tem certeza que não é isso que você quer pra sua vida, por que não para de uma vez de ficar com ela? iludir as pessoas não é legal" por que eu não consigo, quando eu estou com ela eu esqueço toda essa complicação que são meus pensamentos, esqueço de tudo e apenas curto o momento, apenas curto estar la e nessas horas eu sinceramente não consigo pensar no dia que não estarei mais ficando com ela, mas apesar disso não consigo abrir mão de parar de ficar com outras pessoas, por que ainda sinto vontade de ficar, ai eu simplesmente fico, e antes que você pense que eu sou uma completa idiota por fazer isso, eu tento ser o mais sincera possível, então não é segredo que ela pode ficar com quem ela quiser e eu também, e é justamente por isso que sei que não posso ter nada mais sério, ainda sinto vontade de ficar com outras pessoas e tenho uma regra básica pra namorar alguém, estar completamente apaixonada, e isso significa que eu não vou sentir vontade de ficar com mais ninguém e também não estarei me importando com o que os outros vão pensar nem nas dificuldades que teremos que passar pra ficar juntos, acho que isso é essencial. Aah quase que esqueço, tem que rolar o friozinho na barriga, sem esse, nada feito, e acredite quando eu digo que isso é muio raro pra mim, não vejo a menor graça em começar a namorar com alguém só porque acho a pessoa muito legal, me faz super bem, formamos um casal fofo, temos muito tempo ficando, se for pra depois de um tempinho terminar por perceber que essas coisas não são suficientes, prefiro 3487 vezes um namoro curto e intenso do que um longo só por status. Por isso que entro nós duas prefiro deixar onde está, no famoso meio termo, no que eu tanto odeio, aquele que passei a vida condenando os homens que faziam isso comigo, e agora olha só pra mim, fazendo a mesma coisa, mas sabe o que é isso? pra eu aprender a não julgar os outros, entender que cada um tem seus motivos para fazer o que faz. Aos homens que xinguei por esse motivo, retiro tudo de ruim que disse de vocês para minhas amigas! Mentiraaaa, retiro nada, pelo menos eu deixei bem claro o motivo do meu meio termo (sim...já tivemos essa conversa sobre avançar ou retroceder, e esse é o motivo de eu desabafar aqui hoje), e vocês homens não, nem se dão o trabalho de explicar nada, mas enfim... voltando a minha indecisão, vou contar o por que de eu estar tagarelando, ou melhor, escrevendo isso tudo, e nada melhor do que contar essa historia do começo, como tudo começou... mas não hoje, já esta ficando tarde, talvez amanhã.



Diário de Sofia III



Evelyn Cunha


10 de setembro de 2015

Querido diário,



Sabe quando o garoto que você é apaixonada(o) fica com outra pessoa? Uma pessoa conhecida? Ou só pre "melhorar" um pouquinho, uma pessoa que ele(a) só conheceu por sua causa. Mas como na minha vida nada é tão ruim que não possa piorar, imagine que tudo acontecendo na sua festa de aniversário, bem na sua frente, então... Foi isso o que aconteceu comigo, no meu aniversário do ano passado, e como se não bastasse essa suposta menina ainda dormiu na minha casa depois. Ela tinha culpa? Não. Ela não sabia de nada, mas fiquei com raiva mesmo assim, mas aquilo tudo doeu tanto, que chagava a ser uma dor física. Lembro de segurar o choro até onde eu pude, até eles decidirem ir pra um lugar mais reservado para ficar, foi quando a Malu que tinha visto tudo veio me abraçar, e ai sim eu chorei, solucei, abracei ela mais apertado, foi minha primeira desilusão amorosa de verdade, estava doendo muito, nunca tinha experimentado aquilo e não ia querer passar por isso de novo. Sinceramente, não desejo essa dor pra ninguém, e foi naquele momento que eu decidi me afastar dele. Nós conversávamos por telefone todas as noites antes de dormir, e era sempre ele que me ligava, ficávamos de vez em quando, mas eu estava completamente apaixonada por um cara que só queria ser meu amigo colorido, eu só iria sofrer, e continuar próxima. Do jeito que eu estava dele não iria ajudar em nada, e foi a primeira vez que pensei que as vezes precisamos abrir mão de algumas pessoas pelo nosso próprio bem estar. Nunca parei pra pensar muito no que ele sentiu ou achou disso tudo, eu pensava que só eu me importava, até eu sentir na pele o que eu fiz com ele. Ver um amigo se afastar de você pelo próprio bem estar dele dói, não qualquer amigo, mas aquele que você conhece há anos, aquele que você pretendia ser amigo pra vida toda, aquele que você ama, aquele que está do seu lado pra tudo, que você vê todos os dias, que vai pra todos os shows e festas com você, e de repente você simplesmente perde esse amigo assim, sem direito de se despedir, sem se preparar. Simplesmente isso, ele passa a te ignorar totalmente, dói como um inferno, eu prefiro sinceramente 3487 vezes passar pelo que eu passei no meu aniversário passado a isso. Por que por mais que tenha doido em mim, e por mais que tenha sido difícil a decisão de me afastar dele, foi eu quem escolhi, eu que optei por isso, então eu estava preparada pra aquilo, eu tinha a opção de me arrepender e voltar atras, mas quando é outra pessoa que faz isso com você, meu amigo... Ai a banda toca diferente. Você tem sua vida totalmente modificada, porque aquele seu amigo que você tinha vários planos futuros decide que não vai mais fazer parte da sua vida, você não tem escolha, você não pode concertar as coisas porque não vai mudar em nada, a escolha não é sua Você se sente totalmente impotente sobre um alguém tão importante pra você, que decide ir. É como um passarinho que vive livre, tendo sua casinha em sua residencia, ele está sempre ali com você, cantando e te fazendo feliz, voando mas sempre volta, até que, um dia, ele decide ir embora e voar pra longe. Foi uma decisão dele, não sua, não há nada que você possa fazer a não ser observar ele ir, e torcer para que ele volte. Foi assim que me senti hoje quando a Dani resolveu que precisava me tirar da vida dela pra o próprio bem estar dela, ela tinha me dito ontem, mas a ficha só caiu hoje quando eu cheguei no colégio, não sei descrever a sensação, deu um aperto no peito, meu deu vontade de abraçar ela e pedir pra ela não fazer isso comigo, de brigar com ela dizendo que ela não tinha esse direito e que ela estava sendo ridícula, meu deu muita vontade de chorar por que eu estava muito triste. Fiquei pior ainda porque eu a via com as outras amigas dela dando risada, como se não estivesse se importando, e ai doeu mais ainda, mesmo a Malu me falando que ela só estava fazendo isso pra disfarçar, mas que por dentro ela estava mal, mas ainda assim aquilo doeu, mais que tudo. Mas o que eu poderia fazer? Me conformar? Acho que foi o que me restou, então eu parei pra pensar em tudo, e aquilo realmente não podia estar acontecendo, eu não tinha perdido uma amiga qualquer, quem iria a todas as festas dançar comigo? Quem iria me fazer cantar Jorge & Mateus nos shows deles, sendo que eu nem sou fã deles? quem iria comigo no show de Projota? Quem ia pular comigo carnaval? Quem iria viajar pra o Rio de Janeiro comigo? Quem iria puxar meu livro no colégio e mandar eu parar de ser anti social? (A Malu bem que desempenha esse papel muito bem), decidi parar por ai, porque se eu fosse parar pra pensar em tudo o que eu estava perdendo, acho que eu entraria em depressão. Quando perdemos um amigo é que realmente descobrimos o valor deles em nossa vida. Eu queria culpar alguém, queria tirar aquele peso nas costas de culpa disso tudo ser minha, queria ficar com raiva e dizer que se ela queria isso então boa sorte pra ela, mas eu não consegui, porque eu amava aquela garota, e eu simplesmente compreendi, enquanto estava todo mundo vendo ela como a errada da historia eu a compreendi, eu entendi que ela precisava de um tempo pra ela, eu não podia força-la a pensar igual a mim, então eu decidi dar o tempo que ela precisasse. Amizades verdadeiras não acabam assim, elas duram, e eu sabia que tudo isso ia passar, eu só espero que passe logo, tipo na velocidade da luz.